quinta-feira, dezembro 19, 2013

A livraria dos meus sonhos


 A livraria dos meus sonhos
Antônio de Freitas

Publicada anteriormente em 02/01/2006
 
Sempre que a vida prega alguma peça e me vejo meio assustado, com medo do futuro, penso em minha livraria. Sim, eu tenho uma livraria. Uma livraria que carrego dentro de mim, talvez minha loucura definitiva, como diria minha mãe, um sonho de abrir uma livraria numa imensa terra de analfabetos.

Mas minha livraria, como todo sonho, é feita de livros e momentos, de pessoas e sentimentos, de poesias e contos, de cafés e conhaques, de alegrias e de algumas lágrimas. Ela vive dentro de mim e sempre que me sinto triste, retiro-me à minha livraria e sinto o odor de madeira e papel que vem de suas estantes. Vejo o belo sofá branco convidando os visitantes ao conforto de seu colo e a cafeteira fumegante a espalhar no ar o cheiro forte e quente de café, aliado incondicional de um cigarro.

As livrarias resistem, apesar de este ano, meu bom amigo Gaspar haver fechado sua “Punto y Coma”, uma das melhores livrarias da Espanha. Passei infinitas horas a ‘buquinar’ naquela livraria e a conversar com Gaspar. Aprendi muito naquelas tardes de solidão e melancolia durante a tese em que eu buscava refugio entre as estantes de madeira e o cheiro de papel novo da “Punto y Coma”. Recordo da eterna promessa de Gaspar, jamais cumprida, de levar-me a Denia para comermos um arroz negro. Lembro sua jocosa proposta de deixar a livraria aberta durante a noite, para que eu pudesse entrar sorrateiramente a surrupiar meus livros favoritos, tudo para criar a inacreditável manchete dos jornais da manhã seguinte: Livraria assaltada. Tudo isso pra demonstrar sua teoria de que ninguém rouba uma livraria, pelo menos seus livros.

E existem as livrarias irreais, as verdadeiras e mágicas livrarias, como aquela que entrei no Quartier Latin, em Paris. Era uma velha livraria, daquelas que vendem mais livros velhos que novos. E possuía um dono de cabeleira branca e suspensórios, a ler o jornal com uma enorme lente de aumento. Aquele lugar, com seu ambiente noir, parecia saído do passado. Quando regressei a Espanha, ainda era verão e fui pro meu balcão favorito, o do Café das Letras. Para minha surpresa, Dani, o proprietário, havia pedido duas cópias de um cartaz de um concurso fotográfico promovido pela Universidade de Salamanca, ilustrado exatamente pelo retrato da minha livraria francesa!!! O nome da foto era “O Livreiro Egípcio”. Mas eu insisto, até hoje, que aquela livraria está em Paris.

Muitas outras livrarias passaram por minha vida, como a Leonel Franca, naquela Teresina do começo dos anos 80, a Livro 7, no Recife do meu início de curso de Direito, e a livraria da Moema, que acho que se chamava Papirus, em São Luís. Todas tiveram seu momento mágico e hipnotizaram aquele menino que um dia queria capturar toda a cultura.

Hoje, os grandes centros comerciais estão matando as livrarias, com seus “best sellers” vendidos em estantes aos quilos, como qualquer produto de limpeza, cheios de descontos promocionais. Tudo pra quebrar a livraria, a verdadeira livraria, aquela onde os atendentes são alfabetizados e conseguem até dá uma opinião razoável sobre a obra que despertou teu interesse.

Eu, por minha vez, frequento hoje em dia duas livrarias enormes: a Livraria Cultura e a Fnac, ambas em Brasília. Passo horas naqueles lugares sagrados, principalmente em minhas tardes de domingos, mas.... não compro nada. E não o faço pela simples razão de que eles, por serem grandes livrarias, não precisam de minhas moedas para sobreviver. De maneira que eu desfruto de minha visita, analiso os lançamentos, rememoro as velhas edições, namoro as obras clássicas e não compro absolutamente nada. Devo ser o desgosto de todas as atendentes. Prefiro ir a uma pequena livraria café chamada Rayuela, na 413, que significa “Jogo da Amarelinha” em português, como no titulo da imortal obra de Julio Cortaza, para tranquilamente comprar-me algo.

Então, como agora, enquanto todos estão sorrindo e festejando o Ano Novo, eu caminho lentamente para a livraria dos meus sonhos, a livraria que carrego dentro de mim. Elejo algo que me dará um imenso prazer de ler, sento na poltrona de couro marrom, minha caneca de café a mão, um Parliament aceso no cinzeiro. Começo a leitura entre aromas de velhas prateleiras e papel. Papel vivo, cheio de estórias, sabedoria, informação, diversão e companhia. Papel cheio de vida.

Nelson Mandela 1918-2013

Ben Curtis (AP)

segunda-feira, novembro 18, 2013

50 anos da morte de John Kennedy (22/11/1963)

Fotograma de Abraham Zapruder
 


sexta-feira, novembro 15, 2013

João Goulart em Brasília

Pedro Ladeira/Folhapress

terça-feira, outubro 08, 2013

Constituição Federal - 25 anos

Sérgio Lima/Folhapress

quarta-feira, setembro 11, 2013

Golpe militar no Chile - 40 anos

 
Corbis (Horacio Olivares)
 
Última imagem do Presidente Salvador Allende, no exterior do Palácio de La Moneda, em Santiago, acompanhado do Grupo de Amigos do Presidente (GAP), sua guarda pessoal, durante o Golpe de Estado liderado pelo general Augusto Pinochet, em 11 de setembro de 1973.

Especial 40 anos do Golpe de Estado de Pinochet (en español) 

quarta-feira, julho 24, 2013

quinta-feira, julho 04, 2013

Miss Liberty reaberta

Marley White

segunda-feira, julho 01, 2013

Brasil: Campeão da Copa das Confederações 2013

Laurence Griffiths (Getty Images)


sexta-feira, junho 21, 2013

Um milhão de brasileiros protestam


James Gandolfini (1961 - 2013)

 James Gandolfini, em cena de 'Família Soprano'
(Foto: Divulgação)


terça-feira, junho 18, 2013

Protestos em todo Brasil

Sebastião Moreira (EFE)

segunda-feira, junho 17, 2013

Protestos em todo Brasil

Rodrigo Gorosito/G1

sexta-feira, junho 14, 2013

Protestos em Sampa

Sebastião Moreira (EFE)

terça-feira, maio 21, 2013

Clipe do Astronauta Chris Hadfield - Space Oddity (Official 2013 )


Space Oddity - David Bowie (1969)

Odisséia Espacial

 

Ground control to Major Tom

Controle de Solo para Major Tom

Ground control to Major Tom

Controle de Solo para Major Tom

Take your protein pills and put your helmet on

Pegue suas pílulas de proteínas e coloque seu capacete
 
 

Ground control to Major Tom

Controle de Solo para Major Tom

 (10, 9, 8, 7)

Commencing countdown, engines on

Começando contagem regressiva e motores ligados

(6, 5, 4, 3)

Check ignition, and may God's love be with you

Checar ignição e que o amor de Deus esteja com você

(2, 1, liftoff)
 
 

This is ground control to Major Tom,

Esse é o Controle de Solo para Major Tom

You've really made the grade

Você realmente teve sucesso

And the papers want to know whose shirts you wear

E os jornais querem saber de quem são as camisetas você usa

 

Now it's time to leave the capsule if you dare

Agora é a hora de sair da cápsula se você tiver coragem

 

This is Major Tom to ground control

Aqui é Major Tom para Controle de Solo

I'm stepping through the door

Estou dando um passo pra fora da porta

And I'm floating in the most peculiar way

E estou flutuando no jeito mais peculiar

And the stars look very different today

E as estrelas parecem muito diferentes hoje

 

For here am I sitting in a tin can

Estou sentado numa lata

Far above the world

Bem acima do mundo

Planet Earth is blue, and there's nothing I can do

A Terra é azul e não há nada que eu possa fazer

 

Though I'm past 100,000 miles

Porém eu ultrapassei cem mil milhas

I'm feeling very still

Estou me sentindo bem calmo

And I think my spaceship knows which way to go

E eu acho que minha nave espacial sabe onde ir

Tell my wife I love her very much, she knows

Diga pra minha mulher que eu a amo muito, ela sabe

 

Ground control to Major Tom,

Controle de Solo para Major Tom

Your circuit's dead, there's something wrong

Seu circuito pifou Há algo errado

Can you hear me Major Tom?

Pode me ouvir Major Tom?

Can you hear me Major Tom?

Pode me ouvir Major Tom?

Can you hear me Major Tom?

Pode me ouvir Major Tom?

Can you...

Você pode...

 

Here am I floating round my tin can

Aqui estou flutuando em volta da minha lata

Far above the moon

Bem acima da lua

Planet Earth is blue, and there's nothing I can do....

A Terra é azul e não há nada que eu possa fazer...

 

 

segunda-feira, abril 15, 2013

Bombas na Maratona de Boston

David L. Ryan (The Boston Globe via Getty Images)
 

terça-feira, abril 09, 2013

Margaret Thatcher (1925-2013)

Peter Marlow (Magnum Photos/Contacto)

quarta-feira, março 13, 2013

Papa Francisco

Peter MacDiarmid (GETTY)


terça-feira, março 05, 2013

Adiós, Comandante Chávez!

Jorge Silva (Reuters)

sexta-feira, março 01, 2013

Aniversário de nove anos do Periscópio


Aniversário de nove anos do Periscópio

© Antonio de Freitas, 2013.

“O seu tempo é limitado, então não o gaste vivendo a vida de um outro alguém. Não fique preso pelos dogmas, que é viver com os resultados da vida de outras pessoas. Não deixe que o barulho da opinião dos outros cale a sua própria voz interior. E o mais importante: tenha coragem de seguir o seu próprio coração e a sua intuição. Eles de alguma maneira já sabem o que você realmente quer se tornar. Todo o resto é secundário”.  Steve Jobs, criador da Apple, para os formandos de Stanford, em 2005
 
Quando comecei o projeto Periscópio, em 2003, eu regressava de uma temporada de mais de quatro anos fora do Brasil. Terminava, assim, uma fase de minha vida, um período de aprendizagem e de conhecimento do mundo. Já era hora de voltar pra casa. Todo recomeço é difícil. Havia uma mescla de saudade, decepção, esperança e medo dos trópicos.

A saudade vem da alma lusitana e nordestina, da mistura racial embalada nas tardes calorentas de redes e mulatas, do apego à cultura familiar e folclórica, da lembrança do Senhor Rocha e suas estórias de caçadas e viagens pelos sertões, do suave português falado no interior do Brasil, entre compotas de frutas e licores de jenipapo. Sem contar a imensidão de outros cheiros e sabores tão presentes em minh’alma.

Decepção pelo fato de que os velhos amigos continuavam cansados e tristes, vivendo as vidas mais horrorosas, cheias de contas pra pagar e nenhum plano juvenil na cabeça, nem muito menos alguma emoção no peito. A província continuava como sempre esteve, distante de tudo, vivendo em outro tempo, longe do nosso século. Perdida entre “sono protocolar”, diria Drummond.

A esperança era pelo momento histórico que vivia o Brasil, com seu primeiro governo de esquerda. O mundo inteiro esperava algo mais de nós brasileiros naquele momento. As esquerdas europeias, já esgotadas de projetos, esperavam com aflição e cheios de bons augúrios pelo sucesso do governo Lula e das esquerdas na América do Sul. Bem, tudo isto já entrou para a História, com seus erros e acertos.

Por fim, o medo. Medo de voltar, porque apesar de ser o caminho mais curto, a volta sempre nos remete para trás, para o recomeço, para a casa dos pais, pra nosso eterno ponto de partida.

No princípio, a ideia era manter uma coluna semanal. O dia a dia muda tudo e mudou também aquela ideia inicial. Contudo, o novo desafio que me proponho é voltar a escrever, achando tempo seja de que jeito for, para que o Periscópio chegue em 2014 exatamente como foi pensado naquele longínquo ano de 2003.

Pronto. Compromisso firmado. Mãos à obra.

E, é claro, força sempre!

quarta-feira, fevereiro 13, 2013

segunda-feira, janeiro 21, 2013

Barack Obama - 2° Mandato

Emmanuel Dunand (AFP)


sábado, janeiro 12, 2013

terça-feira, janeiro 01, 2013

Feliz Ano Novo

Eduardo Naddar - O Globo
 
Copacabana, Rio de Janeiro, Brasil.