domingo, dezembro 31, 2006

Lula do Brasil: filho do povo



Estou convicto hoje de que sem o Lula nós
teríamos conflitos sociais muitos violentos no Brasil.
Ele nasceu na sociedade mais pobre,
tem empatia e raiz social profunda. Está ocurando afastar as grandes diferenças
sociais e, assim, consolidando a democracia.

Cláudio Lembo,
Governador de São Paulo, PFL,
na Folha de São Paulo, de 31/12/2006,
p. A11.

“Quando a gente fala de improviso, a gente pode cometer um erro e falar uma palavra imprevista. Mas, em se tratando de bobagem, é melhor a gente falar do que a gente fazer”. Lula

A riqueza e a pobreza dos homens

“O pobre quer apenas um pouco de pão, enquanto o rico, muitas, quando encosta na gente, quer um bilhão. Fazer política para pobre é uma coisa prazerosa”. 28/06/2006.

“A única frustração que eu tenho é que os ricos não estejam votando em mim. Porque eles ganharam dinheiro como ninguém no meu governo. No meu governo, as empresas ganharam mais que os bancos”. 17/09/2006.

“Os pobres terão preferência no nosso governo. (...) É uma vitória que me deixa realizado como político. Foi a vitória dos de baixo contra os de cima. É o andar de baixo que chegou lá em cima. E pode ter certeza que jamais abdicarei do lado que eu sou”. 29/10/2006.


Diploma universitário e falar inglês

“Eu não tenho diploma universitário, mas este país vai ficar de ver como é que um torneiro mecânico formado no Senai pode cuidar deste pais melhor do que alguns doutores”. 21/05/2003.

“Os preconceituosos contra mim diziam assim: como é possível o lula governar um país, se ele não sabe nem falar inglês? Como é que ele vai conseguir conversar com o Bush? Conversar com o Tony Blair? E eu estou provando que eu não preciso falar inglês para ser respeitado no mundo”. 4/06/2003.


O matrimônio

“A coisa que eu mais queria quando casei com a minha galega (a primeira-dama Marisa Letícia) era um filho. Ela engravidou logo no primeiro dia de casamento, porque pernambucano não deixa por menos”. Em Pelotas (RS), 17/06/2003.

“A Marisa é feliz porque é bem casada”. 19/12/2003.


O fim das ideologias

“Em toda a minha vida, nunca gostei de ser rotulado de esquerdista. E, na primeira vez que me perguntaram se eu era comunista, respondi: ‘sou torneiro mecânico’”. 28/08/2003.

“Setores da esquerda e da intelectualidade não acreditam que um trabalhador possa ter um despertar e começar a falar o que alguns sabem porque leram algum livro. (...) Essas pessoas acham que a classe trabalhadora é incapaz de formular uma visão política sobre as coisas ou os caminhos de suas lutas. Essas pessoas são incapazes de acreditar que quem faz a minha cabeça são os problemas que a classe trabalhadora vive hoje. (...) Nunca quero me apresentar como se tivesse a verdade dentro da cabeça, porque ela não é ‘absoluta’ e pode não ser a verdade do conjunto do povo brasileiro. Não tenho a preocupação de dizer se sou comunista, anarquista, socialista ou cristão. Prefiro me definir como um cidadão brasileiro, com consciência de que os trabalhadores precisam se organizar visando a chegar ao poder. (...) O meu problema com alguns marxistas é que eles não querem adaptar o marxismo à realidade brasileira (e sim o contrário...). Como levar o marxismo ao trabalhador rural? Isso não é fácil – mas alguns já têm o prato feito e só querem que o povo coma nele. (...) Se Marx pudesse ressuscitar e julgar os que se dizem ‘marxistas’, muitos seriam condenados por ele”. (Entrevista à revista Extra, em 1980).

“Você pode fazer seu discurso político na hora em que quiser. Você pode ter suas definições ideológicas quando quiser, mas, na hora de governar, é pão, pão, queijo, queijo. Você nem sempre faz o que você quer”. 31/10/2003.

“É a evolução da espécie humana, quem é mais de direita vai ficando mais de esquerda, quem é mais de esquerda vai ficando social-democrata e as coisas vão fluindo de acordo com a quantidade de cabelos brancos que você vai tendo. Se você conhecer uma pessoa muito idosa esquerdista, é porque ela tem problema. Se você conhecer uma pessoa muito nova de direita, é porque também tem problemas. Então, com 60 anos é a idade do ponto de equilíbrio”. 11/12/2006.


Ética e companheirismo

“Neste país de 180 milhões de brasileiros, pode ter igual, mas não pensem que tem nem mulher nem homem, que tenha a coragem de me dar lição de ética, moral e honestidade”. 22/07/2005.

“Nem farei o que fez Getúlio Vargas, nem farei o que fez Jânio Quadros, nem farei o que fez João Goulart. Meu comportamento será o comportamento que teve Juscelino Kubitschek: paciência, paciência e paciência. A verdade prevalecerá, e o povo brasileiro vai saber verdadeiramente o que está acontecendo no Brasil”. 26/08/2005.

“Companheiro nosso, na dúvida, é nosso companheiro”. 28/04/2006.


Grandes lições

“Orgulho é que nem colesterol. Tem orgulho bom e orgulho ruim”. 23/12/2004.

“Quando a gente é de oposição, você pode fazer bravata porque não vai poder executar nada mesmo. Agora, quando você é governo, tem de fazer. Aí não cabe bravata”. 27/03/2003.

“Todo mundo tem o direito de ser contra, a favor ou muito pelo contrário”. 1/06/2003.


O futuro

“Não tem um congresso nacional, não tem um poder judiciário – só Deus será capaz de impedir que a gente faça este país ocupar o lugar de destaque que ele nunca deveria ter deixado de ocupar”. 24/06/2003.

“Foi Deus que garantiu o segundo turno. Era preciso o segundo turno. Eu, no começo, fiquei chateado. Mas agora estou feliz. Porque no segundo turno é que a gente está podendo provar quem é quem”. 22/10/2006.

quinta-feira, dezembro 07, 2006

Morrer sozinha e milionária

















“Meu único luxo é a solidão”
Pierre Cardin



Abro o jornal e leio que Carmen Pinto Valls faleceu sozinha aos 85 anos, em sua casa em Barcelona, Espanha, no dia 9 de novembro de 1998. Ela estava doente, mas insistia em viver sozinha. Deixou uma fortuna de 12 milhões de euros, sem testamento nem herdeiros.

Carmen não teve filhos. Nasceu no dia 3 de novembro de 1913 numa cidadezinha do sul da Espanha e mais tarde foi viver em Barcelona. Casou-se com Josep Porta Selva, um elegante representante comercial e empresário que morreu em 1983, deixando-a como sua única herdeira.

Hoje, o governo catalão divide sua fortuna de 12 milhões de euros, basicamente formada por imóveis na cidade de Barcelona, entre ONGs e diversos projetos sociais. Contudo, o governo catalão buscou, sem sucesso, a qualquer parente consangüíneo da senhora Carmen Pinto Valls que, de acordo com a lei de sucessão espanhola, poderia reclamar sua herança.

Uma de suas vizinhas disse que “seria 1955 ou 1956” o ano em que o casal fixou residência no quinto andar do prédio que lhes pertencia na zona alta da cidade de Barcelona, ‘acima da Diagonal’, no qual Carmen fixou residência até morrer. “Os inquilinos eram recém casados e eles também”, afirmou a vizinha que recordava, ainda, que o falecido marido de Carmen era muito atencioso com ela.

Três vezes por semana, sua empregada doméstica Núria aparecia para ajudar-lhe a realizar as tarefas domésticas, preparar-lhe a comida e fazer-lhe as compras, quando já não conseguia mais sair de casa. Também recebia a visita de um sobrinho de seu falecido marido, que insistia na sua internação num hospital. Nada, ninguém imaginava que Carmen era uma milionária, pelo tipo de vida que levava.

Carmen era uma mulher muito reservada, mas isso não impediu que sua cabeleireira, Lili, descobrisse a muitos de seus segredos, como que foi empregada doméstica de seu falecido marido.

De gosto simples, Carmen costumava pintar o cabelo uma vez por mês, momento em que também fazia pedicura e manicura. Lavava sua roupa a mão e fazia importantes doações a entidades religiosas. “Ás vezes, parecia que ela não queria dar-se conta da idade que tinha, nem de que estava muito doente”, afirmou Lili.

Apesar de sua fortuna, Carmen sempre desconfiou das pessoas. Quis viver sozinha e desta forma morreu. Seu funeral foi acompanhado pelo sobrinho de seu falecido marido, pela porteira de seu prédio, por sua empregada doméstica e sua cabeleireira.

“Diz-me pra que serviu tanto dinheiro”, disse a cabeleireira.

Fecho o jornal.