terça-feira, outubro 21, 2008

O Papa freia o processo de beatificação de Pio XII

O Papa freia o processo de beatificação de Pio XII para proteger sua relação com Israel

Setores judeus acusam a Pacelli de fazer vista grossa ao Holocausto
M. ANDRADE / J. M. MUÑOZ – El País - Roma / Jerusalén - 21/10/2008

Tradução de Antonio de Freitas

O processo de beatificação do Papa Pio XII (1939-1958), assunto espinhoso e com ramificações diplomáticas e políticas de profundo calado, aguarda a assinatura de Bento XVI. Porém, tropeçou com um obstáculo que já se esperava: a amarga censura de amplos setores do judaísmo, que acusam a Pio XII de fazer vista grossa ao Holocausto. Ratzinger, que destacou em setembro o trabalho silencioso e secreto de Pio XII em favor dos judeus, optou agora por promover uma investigação mais profunda. Através de seu porta-voz, Federico Lombardi, confirmou que "não assinou ainda o decreto das virtudes heróicas" de Eugenio Pacelli, e que o assunto "está sendo objeto de estudo e de reflexão". Lombarda pediu calma a católicos e judeus.

O Vaticano sabe bem que a figura de Pio XII é objeto de ácidas críticas em Israel, críticas que não somente recaem sobre este Papa. Ontem apareceu numa web de simpatizantes do Kadima – o partido do primeiro-ministro israelense Ehud Olmert - uma fotografia de Ratzinger com uma cruz gamada sobreposta. Horas depois, foi retirada. Lombardi recordou que o Vaticano já protestou quando o Museu do Holocausto de Jerusalém (Yad Vashem) colocou o seguinte texto sob a fotografia de Pio XII: "Quando a relação de fatos sobre o massacre dos hebreus chegou ao Vaticano, não reagiu com protestos escritos ou verbais. Quando os judeus foram deportados de Roma a Auschwitz, Pio XII não interveio... Quando os fornos eram alimentados dia e noite, o Santo Padre que vive em Roma não abandonou seu palácio".

Essa ojeriza, que expressou há duas semanas em Roma o rabino chefe de Haifa, Shear Cohen, convidado especial do pontífice ao sínodo, é o maior obstáculo no processo de beatificação. O Vaticano pede tranqüilidade antes de tomar uma decisão. Lombardi apontou que "nesta situação não é oportuno tentar pressionar nem para um lado nem para outro". Mas, ao mesmo tempo, no passado fim de semana, o relator do processo de beatificação, Peter Gumpel, e o postulador, Paolo Molinari, reavivaram a polêmica pelas "falsidades" lançadas contra o Papa Pacelli. Gumpel afirma que "são uma evidente falsificação histórica" e que Bento XVI "tem em suspenso o processo" porque deseja manter relações amistosas com os judeus.

Tanto Gumpel como Molinari esperam um gesto de Israel. Ambos pedem que a inscrição sobre Pio XII seja retirada do Yad Vashem, e Molinari se queixa: "Prometem que vão mudá-la, porém não fizeram nada". O postulador confirma que Bento XVI espera um sinal de "arrependimento" que acabe com a lenda negra de Pacelli para seguir com o processo. Ratzinger duvida. Teme que a beatificação suscite airadas reações em Israel e nos EUA.

Israel e o Vaticano estabeleceram relações diplomáticas a começos dos anos noventa. Entretanto possuem assuntos pendentes que aprofundam o receio mútuo. As instituições católicas em Jerusalém lamentam que não se resolva a expropriação de terras e outras propriedades, que não desfrutem de isenções fiscais e que os clérigos não disponham de liberdade de movimentos para visitar a Cisjordânia.

O presidente Shimon Peres pretende que Bento XVI marque uma visita oficial a Israel. O processo de beatificação supõe um obstáculo a mais para a organização de uma visita que exige a negociação do protocolo. A maioria dos chefes de Estado e Governo que visitam Israel pára no Museu do Holocausto. É impensável que Bento XVI acuda se a polêmica placa continua exposta.

"Temos razões para pensar que Pio XII não fez o suficiente para salvar vidas judias. Não quero julgar. Se existem evidencias deverão ser examinadas cuidadosamente", afirmou no domingo Peres. "A visita nada tem a ver com as disputas. Esta terra é santa para todos nós". Ainda que com estas palavras, a visita de Bento XVI se vincula à polêmica. O Museu do Holocausto – que sempre pressionou para que o Vaticano abra seus arquivos- expressou-se com cautela. "Qualquer visita do Papa a Israel seria um assunto político do que o Yad Vashem não é parte". "Estamos convencidos de que a abertura dos arquivos ajudaria a clarificar este episódio histórico".

As razões do silêncio

HILARI RAGUER
Historiador e monge de Montserrat

El País - 21/10/2008

Tradução de Antonio de Freitas

Os apologistas de Pio XII o absolvem de toda responsabilidade por seu silêncio sobre o Holocausto alegando que foi um mal menor, pelas represarias terríveis que a denuncia haveria provocado. Porém, cabe imaginar um mal maior que o extermínio que já se estava dando? Conseqüências piores podiam ocorrer, em todo caso, não para os judeus, mas para o Papa, talvez com a ocupação militar do Vaticano. Pio XI havia sido muito valente ao denunciar as leis raciais fascistas de 1938. Paulo VI, para defender a Pio XII, desobedecendo aos prazos habituais, mandou publicar a documentação vaticana daqueles anos (Actes et documents du Saint-Siège relatifs à la seconde guerra mondiale, Libereria Editrice Vaticana, 1965-1981), mas destes documentos e das notas do editor se depreende que importantes documentos foram ocultados. Dizia o P. Anselm Albareda, diretor da Biblioteca de Montserrat e também da Vaticana, que quando se recortam documentos sempre ficam filagarses (resíduos). A obra, a meu entender, mais ponderada sobre esta questão é a do historiador Renato Moro, sobrinho de Aldo Moro, ‘La Iglesia y el exterminio de los judeus. Catolicismo, antisemitismo, nazismo’ (Desclée de Brouwer, Bilbao, 2004).

Acredito que no ânimo de Pio XII pesaram duas importantes razões. A primeira é sua conhecida simpatia pela Alemanha, ainda que certamente não pelo nazismo. As informações sobre o extermínio eram tão espantosas que a principio pareciam inacreditáveis. Quando Pio XII recebeu testemunhos múltiplos e irrefutáveis a guerra estava já inclinada francamente para o lado dos aliados e é provável que o Papa negasse a somar-se à propaganda que estes estavam fazendo contra o nazismo, como se temesse ser qualificado de oportunista ao somar-se ao lado vencedor.

A cada vez mais inevitável derrota alemã motivava ainda outra razão para o silêncio do Papa. A política de Pio XII (a italiana e a internacional) esteve sempre presidida por uma obsessão anticomunista. Seu grande projeto, ainda que não pudesse promovê-lo abertamente, era evitar a derrota da Alemanha para que esta pactuasse a paz com a Grã- Bretanha e se lançassem ambas contra a União Soviética. Não era fácil, porém uma condenação do nazismo houvesse feito metafisicamente impossível.

quarta-feira, outubro 15, 2008

O livro digital vencerá o de papel em 10 anos

O livro digital vencerá o de papel em 10 anos

Uma pesquisa entre mil profissionais estabelece o ano de 2018 para a superação do suporte tradicional - A censura na Turquia marca o inicio da Feira de Frankfurt

G. ALTARES / C. GELI – El País - Francfort - 15/10/2008

Tradução de Antonio de Freitas

Ninguém diria pela quantidade de caminhões que ontem descarregavam na Feira de Frankfurt toneladas dessa mescla de pasta de celulose e tinta que formou nosso mundo e que chamamos livros. Porém, nunca até agora o mundo digital teve tanta importância. A principal feira do livro do mundo, que inaugurou oficialmente na noite de ontem e que hoje abre suas portas aos negócios durante cinco dias, começou sob a sombra de uma pesquisa a 1.000 profissionais do setor de 30 países cuja principal conclusão é que, dentro de uma década, em 2018, os livros eletrônicos em qualquer dos formatos imagináveis superarão em volume de negocio aos herdeiros da galáxia Gutenberg.

Portanto, na edição deste ano da feira, a 60ª, que conta com a Turquia como país convidado e a que tem previsto assistir 7.000 expositores de 101 países e cerca de 1.000 autores - uma cifra praticamente idêntica à do ano passado-, os livros clássicos no representam já mais que 42% do volume total frente à avalanche de seus parentes digitais, DVD, áudio livros e os novos reprodutores, com o Kindle de amazon.com e o leitor da Sony á frente.

O escritor brasileiro Paulo Coelho, um dos autores mais populares, que receberá hoje uma homenagem em Frankfurt após superar os 100 milhões de exemplares vendidos, asseguro na inauguração da feira que havia começado a predicar com o exemplo e que postou na sua página web uma cópia gratuita de seu livro mais famoso, O Alquimista, dado que, já circulavam cópias piratas pela Internet. "O primeiro ano, as vendas passaram de 1.000 a 10.000 cópias. No segundo, subiram até as 100.000. Até o dia de hoje, vendeu 10 milhões de livros na Rússia", afirmou. "Durante 15 séculos, o livro tradicional demonstrou ser insuperável. Porém os livros digitais estão reclamando seu espaço e tudo indica que chegará um momento no qual o digital superará o de papel. Mas se necessitam, todavia, uns quantos anos, o que nos dá - aos editores, autores e escritores - um tempo precioso antes que a Internet nos alcance", prosseguiu o autor.

As quatro principais conclusões da macropesquisa encarregada pela feira revelam que os editores compartem o otimismo de Coelho, isto é, que a indústria pode sobreviver à avalanche digital, ainda que a mudança de cenário será brutal: a influencia da China na edição digital se multiplicará por três nos próximos anos (atualmente EUA domina o mercado); os consumidores, Google e Amazon impulsionarão a mudança digital; os e-livros superarão aos livros tradicionais em 2018 (segundo a opinião de 40% dos entrevistados, frente a 30% que considera que isto nunca ocorrerá) e a venda de livros por Internet foi escolhida como o acontecimento mais importante no mundo da edição nos últimos 60 anos, os mesmos que cumpre agora a feira.

Contudo, a mesma pesquisa demonstra que, todavia falta um longo caminho antes de chegar a um industrial e voluntario Fahrenheit 451: 60% dos editores não utilizam ainda livros digitais nem os novos suportes, e quase ninguém (7%) acredita que os e-livros serão sua principal fonte de ingressos dentro de cinco anos. Assim, os preparativos da feira ofereciam ontem pela manhã uma imagem surrealista: três operários descarregavam com dificuldade, até o pavilhão que ocupava Alemanha, uma linotipo, a mesma imagem do passado numa feira que se lança até outra era e que em promoção começa a mudar o logo ‘Book Fair’ para ‘Media Fair’.

Porém muitos editores compartilham uma preocupação muito mais terrena: Em que medida a crise global pode chegar a afetar o setor do livro? De momento, alguns editores espanhóis consultados asseguravam que começavam a notar uma ligeira baixa de vendas nos títulos de pequena tiragem, ainda que a dos grandes nomes se mantêm. Por fim, o diretor da Feira do Livro, Juergen Boos, se mostrou todo o tranqüilizador que pode. "O setor do livro segue suas próprias regras, incluso frente a uma crise financeira internacional", assinalou. "Isto ficou demonstrado num estudo das principais editoras alemãs. Ainda que haja tantos pessimistas como otimistas entre os que responderam, a opinião majoritária era que a situação econômica dos editores seguirá sendo consistente. Os livros parecem ser muito resistentes aos ciclos econômicos negativos, o que deixa claro o fato de que são bens necessários, não de luxo".

As cifras, uma vez mais, jogam a favor de Boos: o número de títulos expostos (402.284) e o de novas publicações (123.496) é claramente superiores à passada edição da Feira de Frankfurt. No papel ou em bit, a coisa segue.

Pamuk, sempre desafiante

O prêmio Nobel de Literatura Orhan Pamuk e o presidente islâmico moderado da Turquia, Abdulá Gül, ofereceram na noite de ontem, na inauguração da Feira do Livro de Frankfurt, suas visões contrapostas deste país, convidado de honra este ano. Foi um exercício dialético apaixonante que demonstrou as feridas abertas de um Estado-ponte entre Oriente e Ocidente e submetido a uma dialética entre a tradição e a modernidade que lhe faz caminhar muitas vezes pelo fio da navalha. Os dois foram ao limite de suas possibilidades. "Um século de proibir e queimar livros, de mandar aos escritores à prisão ou assassiná-los como traidores ou enviá-los ao exílio. Denegri-los constantemente nos meios de comunicação não serviu para enriquecer a literatura turca, só a fez mais pobre", assinalou o autor de Neve.

Logo, em meio de um grande aplauso, se lançou diretamente contra a instituição que encarna o presidente turco, que se encontrava a somente uns metros dele, sentado junto a sua esposa, que luzia o lenço muçulmano. "O costume do Estado de penalizar os escritores e seus livros segue muito viva: o artigo 301 do Código Penal é utilizado ainda em silencio para suprimir a muitos outros escritores, da mesma forma em que foi utilizado contra mim", disse Pamuk.

O presidente Gül, por outro lado, começou seu discurso com um chamativo elogio da figura de Pamuk e uma descrição de seu país totalmente diferente. "As restrições aos autores se reduziram ou desapareceram. A Turquia se converteu num Estado em que prevalece a liberdade de opinião e de expressão", manifestou.

segunda-feira, outubro 13, 2008

Krugman ganha o Nobel de Economia


Krugman ganha o Nobel de Economia

A academia sueca premia o estadunidense por sua análise dos padrões de comércio e localização da atividade econômica

AGENCIAS – El País - Estocolmo - 13/10/2008

Tradução de Antonio de Freitas

O estadunidense Paul Krugman ganhou hoje o Prêmio Nobel de Economia por sua análise dos padrões de comércio e a localização da atividade econômica, segundo informou a Real Academia Sueca de Ciências. Krugman, de 55 anos, é professor de Economia e Assuntos Internacionais na Universidade de Princeton (EUA) e destacou-se por ser crítico das políticas econômicas neoliberais do presidente George W. Bush.

A Academia reconheceu seus trabalhos sobre comercio internacional que o levou a desenhar uma "nova geografia econômica" e uma "nova teoria do comercio". Krugman foi premiado em 2004 com o ‘Príncipe de Asturias de las Ciencias Sociales’. Ademais, em 1991, a Associação Econômica Americana lhe concedeu a medalha John Bates Clark.

Crítico com o sistema

Autor de mais de 200 artigos e uma vintena de livros, Krugman é também colunista habitual do ‘The New York Times’. Sua obra ‘Economia Internacional: A teoria e a política’ é um livro de referência nesta disciplina. Em O Grande Engano (2003), uma recopilação de seus artigos jornalísticos, denuncia a submissão do sistema político, judicial e econômico estadunidense à extrema direita.

"Vou tomar uma banho para depois oferecer uma coletiva de imprensa; telefonei a meus pais e a minha esposa, porém ainda não tive tempo de tomar uma xícara de café", afirmou por telefone o economista nova-iorquino após conhecer a noticia.

O anúncio do Nobel de Economia encerra o ciclo destes prêmios, que começou na segunda-feira da semana passada (06 de outubro) com o de Medicina. O prêmio está dotado com dez milhões de coroas suecas (um milhão de euros) e será entregue no dia 10 de dezembro, aniversario da morte de Alfred Nobel.

quarta-feira, outubro 08, 2008

Uma única nação cultural


Uma única nação cultural

Felipe González e William Ospina dialogam sobre o grande valor ibero-americano

JAVIER LAFUENTE – El País - Madrid - 07/10/2008

Tradução de Antonio de Freitas

É possível que a política e a economia tenham conseguido distanciar a Espanha da América Latina, ou vice-versa, durante os últimos 200 anos. Destarte o escritor colombiano William Ospina sustenta que só através da cultura se pode romper essa divisão. "Assim, somos uma nação e não 20 nações; é nossa riqueza continental", remarcou ontem durante a apresentação em Madri do ‘Festival VivAmérica’ junto ao ex-primeiro ministro espanhol Felipe González e à secretária de Estado para Ibero-américa, Trinidad Jiménez.

Para González, a cultura é "a única dimensão de potência global" que une a Espanha aos países ibero-americanos. O poeta colombiano, defensor da América Latina como o epicentro da primeira grande globalização, disse que, há dois séculos, os líderes da independência não se esforçaram tanto por romper com a Europa, mas por "romper com uma Espanha não suficientemente moderna nem européia". Agora, 200 anos depois, o desafio interno da região e sua relação com a Espanha "não passa por ser idênticos: há que dialogar".

"Ali começou a globalização", insistiu Ospina. A razão: a região possui elementos de muitas culturas de diversas partes do mundo que, com o tempo, lograram arraigar-se e formar uma cultura comum. "Não basta uma invasão militar, uma conquista, para que uma língua se arraigue e se converta em algo mais íntimo", matizou o ensaísta. Aqui está a grande riqueza continental de cultura ibero-americana. "Ainda que a [Jorge Luis] Borges lhe acusassem de ser muito europeu, na realidade é muito latino-americano, muito argentino; o que ocorre é que Argentina é o país dos emigrantes".

O bicentenário da independência que vários países celebram entre 2008 e 2010 foi o motivo do encontro que mantiveram Ospina e González e que lançou o ‘Festival VivAmérica’, que se celebra esta semana com mais de 250 atividades culturais em Madri, Bogotá e Tenerife.

Partindo da dificuldade que, como reconheceram, leva a avaliar estes dois séculos de independência, de ver os logros que se conseguiu e os desafios do futuro, com relação a estes últimos, Felipe González remarcou a necessidade de romper uma inércia que sobrevive na região: "Se vive de costas ao vizinho e de cara ao mundo". Ou o que é o mesmo: as relações entre os países da América Latina são praticamente nulas ou, quando muito, complicadas. "Uma estrada integra mais que 20 discursos ideológicos", asseverou o ex primeiro ministro espanhol.

Para Ospina, o Bicentenário servirá para valorar "não só o que passava há 200 anos, mas também o que passou durante estes dois séculos". Avaliar os logros e as tarefas pendentes não será simples. Para isso, haverá que colocar a vista atrás, mas também para frente, "perspectiva e prospectiva", enfatizou o ensaísta colombiano, que recordou que "sempre foi mais fácil falar de amor, fraternidade e igualdade na França da Revolução que na América dos escravos". Ademais desta e outras reflexões, Ospina confia que a efemérides possa cumprir uma dívida histórica da região: a incorporação da cidadania ao sistema. "O maior problema que temos não é que haja guerrilhas ou paramilitares, mas uma cidadania incapaz de parar tudo isso".

quinta-feira, outubro 02, 2008

Homer Simpson tenta votar em Obama... porém a máquina escolhe McCain

O capítulo de 2 de novembro dos Simpson oferecerá uma antecipação das eleições no seu capítulo especial de Halloween

ELPAÍS.com / EFE - Madrid / San Francisco - 02/10/2008

Tradução de Antonio de Freitas

Já ficou clara a preferência de Robert De Niro, Leonardo Di Caprio e Scarlett Johansson pelo candidato democrata à Casa Branca. Porém, Barack Obama ganhou um novo fã. Trata-se de Homer Simpson, o patriarca da família mais estrambótica de Springfield, que em 2 de novembro, dois dias antes do dia real das eleições, tentará votar em Obama, ainda que finalmente acabará devorado por uma máquina que prefere McCain.

No YouTube (em inglês) se pode ver um fragmento do capítulo que a cadeia estadunidense Fox emitirá 48 horas antes da jornada eleitoral e dois dias depois do Halloween. Nele, as eleições chegam a Springfield. Como todo cidadão responsável Homer Simpson se acerca até seu colégio eleitoral para votar em seu candidato favorito. Sua preferência é clara: "Quero votar em Obama", diz risonho diante de uma das máquinas eleitorais que recolhem, mediante um monitor táctil, o voto dos cidadãos. Contudo, o aparato marca até seis votos para John McCain quando Simpson tenta furibundo que se registre seu voto corretamente.

Al Jean, produtor executivo dos "Simpsons", disse ao diário estadunidense Orlando Sentinel que a cena não pretende ser uma declaração de apoio a Obama, mas "um comentário sobre as irregularidades do sistema de voto" nos EUA.