Leão, de 23/07 a 22/08
Regente: Sol
Hoje você poderá se sentir
emocionalmente um tanto frágil,
e ficar tentado a embarcar
numa canoa de ficar retraído
ou um tanto nervoso.
Suas tentativas para se distrair
podem dar errado
e acabar por aborrecê-lo.
Tenha paciência:
este é um astral super rápido!
Algumas vezes em minha vida me senti pequeno. Tão pequeno que caberia no bolso de qualquer uma. Era uma sensação terrível. De repente o sangue gelava, minha garganta secava e pronto, lá estava eu me sentindo pequeno. As situações eram as mais diversas. Recordo bastante bem quando a filha de nossa vizinha, uma menina que’u não gostava, escolheu o garoto da outra rua pra namorar. Apesar de não achá-la bonita e de tampouco querê-la, me senti pequeno, muito pequeno. Pior do que perder algo que você deseja, é perder algo que você nunca quis, mas deu a impressão de que não acharia tão ruim possuir.
Depois aconteceu de novo, não me lembro muito bem quando e onde, mas a sensação de sentir-se pequeno aconteceu de novo. Às vezes é uma palavra, uma frase curta que alguém diz e você cai por terra. Não que a pessoa esteja certa, muito pelo contrario.
Acontece também quando falta luz e toda a cidade fica às escuras. Mas a sensação de sentir-se pequeno sempre invade minha alma no final do dia, naquela hora em que o sol está se pondo e não sabemos ao certo se é dia ou noite. Naquela hora de voltar pra casa, com a sensação de que mais um dia terminou e você não sabe exatamente o quê está fazendo, e sempre nestas horas toca uma maldita e linda musica triste, música de final de dia. Meu Deus, nestas horas, como me sinto pequeno.
E sentir-se pequeno não é somente uma constatação, é ter medo sem ter motivo algum aparente. É ter vontade de chorar sem porquê. É ver as coisas do mundo e não poder fazer nada para melhorá-las ou consertá-las. É querer voltar no tempo para uma outra cidade para poder encontrar alguém muito antes de conhecê-la. É sentir seu próprio coração chorar e limpar as invisíveis lágrimas do rosto e lembrar da alegria que você sentia quando seu pai chegava para te buscar no jardim de infância.
Algumas pessoas jamais entenderão, outras não precisam nem tentar entender. Estão demasiado ocupadas, vivendo a difícil arte de não se importar com muita coisa. Não, realmente não sou uma boa companhia nestas horas. Principalmente porque sinto ter muita coisa dentro de mim, muitas sensações e sabores que jamais saberei explicar. As pessoas, assim como as crianças, passam muito tempo brincando, mas todas elas somente esperam por um colo quentinho e um pouco de carinho, nada mais.
Às vezes me sinto pequeno, tão pequeno como uma criança, tão inseguro como só eu costumo ficar, penso eu. E me lembro de todas as coisas que perdi, algumas importantes, outras nem tanto. Mas ambas eram minhas e eu as perdi.
O dia termina, a noite vem e as pessoas seguem seu caminho. Nada realmente importa, nada é realmente sagrado, nada realmente é especial pra ninguém. Como fugimos de nós mesmos... de nossos medos, de nossa própria dor. Haverá resposta para tantas perguntas? Sinceramente não sei, e penso que jamais saberei.
Quanto a mim? Estou buscando um milagre. Não sei onde, não sei quando e muito menos porque, mas estou buscando um milagre. Talvez para estancar esta angústia que me corroe todo, talvez para nunca mais me sentir pequeno... ou talvez, somente para continuar por aqui.
* Escrito na cidade de Valencia, Espanha, em agosto (verão) de 1999.
Depois aconteceu de novo, não me lembro muito bem quando e onde, mas a sensação de sentir-se pequeno aconteceu de novo. Às vezes é uma palavra, uma frase curta que alguém diz e você cai por terra. Não que a pessoa esteja certa, muito pelo contrario.
Acontece também quando falta luz e toda a cidade fica às escuras. Mas a sensação de sentir-se pequeno sempre invade minha alma no final do dia, naquela hora em que o sol está se pondo e não sabemos ao certo se é dia ou noite. Naquela hora de voltar pra casa, com a sensação de que mais um dia terminou e você não sabe exatamente o quê está fazendo, e sempre nestas horas toca uma maldita e linda musica triste, música de final de dia. Meu Deus, nestas horas, como me sinto pequeno.
E sentir-se pequeno não é somente uma constatação, é ter medo sem ter motivo algum aparente. É ter vontade de chorar sem porquê. É ver as coisas do mundo e não poder fazer nada para melhorá-las ou consertá-las. É querer voltar no tempo para uma outra cidade para poder encontrar alguém muito antes de conhecê-la. É sentir seu próprio coração chorar e limpar as invisíveis lágrimas do rosto e lembrar da alegria que você sentia quando seu pai chegava para te buscar no jardim de infância.
Algumas pessoas jamais entenderão, outras não precisam nem tentar entender. Estão demasiado ocupadas, vivendo a difícil arte de não se importar com muita coisa. Não, realmente não sou uma boa companhia nestas horas. Principalmente porque sinto ter muita coisa dentro de mim, muitas sensações e sabores que jamais saberei explicar. As pessoas, assim como as crianças, passam muito tempo brincando, mas todas elas somente esperam por um colo quentinho e um pouco de carinho, nada mais.
Às vezes me sinto pequeno, tão pequeno como uma criança, tão inseguro como só eu costumo ficar, penso eu. E me lembro de todas as coisas que perdi, algumas importantes, outras nem tanto. Mas ambas eram minhas e eu as perdi.
O dia termina, a noite vem e as pessoas seguem seu caminho. Nada realmente importa, nada é realmente sagrado, nada realmente é especial pra ninguém. Como fugimos de nós mesmos... de nossos medos, de nossa própria dor. Haverá resposta para tantas perguntas? Sinceramente não sei, e penso que jamais saberei.
Quanto a mim? Estou buscando um milagre. Não sei onde, não sei quando e muito menos porque, mas estou buscando um milagre. Talvez para estancar esta angústia que me corroe todo, talvez para nunca mais me sentir pequeno... ou talvez, somente para continuar por aqui.
* Escrito na cidade de Valencia, Espanha, em agosto (verão) de 1999.