Si no es capaz de acoger lo nuevo,
lo imprevisto y dejarse transformar,
es que el espíritu se halla petrificado.
Tzvetan Todorovem "Deberes & Delicias
- Una vida entre fronteras",2003.
Então teus ex-amigos entram no teu bar. Cheios de amigas, aparentemente deliciosas, com seus cabelos enormes, caídos sobre os ombros, como querendo te conquistar pelo pau. E você está sozinho... no meio do teu terceiro copo de vodka cheio de soda, cheio de saudade da tua mulher que está longe... lendo teu jornal de domingo, implorando a Deus que entre a porra de um amigo, de um colega ou mesmo de um conhecido. Mas entra a mulher de um deles e, foda, você tem que levantar, sorrir, cumprimentar, acender o cigarro dela. E ainda te pergunta sobre aquela faculdade ridícula que você abandonou há cinco ou seis anos atrás. Pois é, tudo isso ocorre, enquanto você pede ao garçom pra botar teu disco favorito do David Bowie... só pra ter alguma segurança no meio dum furacão.
E, por fim, toca “God only knows”, a música preferida do disco que eu pedi. Ela me enche de confiança, estou seguro, sozinho e seguro, enfrento a todos os exércitos inimigos, salto barreiras intransponíveis, mergulho em trincheiras podres de mortos e escapo são e salvo. Corro entre granadas explodindo, pulo grandes cercas de arame farpado e estou só. Nem um aliado, nem um conhecido, nem um maldito colega ex-aluno de algum lugar que’u já passei. Nada.
Mas tudo isso fortalece a qualquer um. Reforça a confiança em si mesmo, reabilita a posição, recarrega as baterias de um homem que sempre se identificou com a frase da Rita Lee: “Como mutante, no fundo sempre sozinho, seguindo o meu caminho...”
Afinal, já são tantas batalhas, infinitas guerras, travadas entre um mesmo e a humanidade, que a guerrilha já não conta. As pequenas bombas terroristas significam apenas isso, “pequenos atentados”. O oceano está azul, há vento, os marinheiros estão confiantes e temos munição de sobra!
De maneira que grito, pra dentro de mim mesmo, que a vida vale a pena, que abaixo a corrupção, abaixo os amores de conveniência, fora os pequenos “capos” de província, morte aos inimigos da vida, viva la vida y viva la fiesta.
Mas tudo tem, ou terá, seu fim. Pode ser que minhas palavras/pensamentos se percam entre turbilhões de tergiversação ou explodam no céu, entre milhões de estrelas, numa “mascletá” absurda de sentimentos, sons e manhãs!
E, por fim, toca “God only knows”, a música preferida do disco que eu pedi. Ela me enche de confiança, estou seguro, sozinho e seguro, enfrento a todos os exércitos inimigos, salto barreiras intransponíveis, mergulho em trincheiras podres de mortos e escapo são e salvo. Corro entre granadas explodindo, pulo grandes cercas de arame farpado e estou só. Nem um aliado, nem um conhecido, nem um maldito colega ex-aluno de algum lugar que’u já passei. Nada.
Mas tudo isso fortalece a qualquer um. Reforça a confiança em si mesmo, reabilita a posição, recarrega as baterias de um homem que sempre se identificou com a frase da Rita Lee: “Como mutante, no fundo sempre sozinho, seguindo o meu caminho...”
Afinal, já são tantas batalhas, infinitas guerras, travadas entre um mesmo e a humanidade, que a guerrilha já não conta. As pequenas bombas terroristas significam apenas isso, “pequenos atentados”. O oceano está azul, há vento, os marinheiros estão confiantes e temos munição de sobra!
De maneira que grito, pra dentro de mim mesmo, que a vida vale a pena, que abaixo a corrupção, abaixo os amores de conveniência, fora os pequenos “capos” de província, morte aos inimigos da vida, viva la vida y viva la fiesta.
Mas tudo tem, ou terá, seu fim. Pode ser que minhas palavras/pensamentos se percam entre turbilhões de tergiversação ou explodam no céu, entre milhões de estrelas, numa “mascletá” absurda de sentimentos, sons e manhãs!
* Escrito na cidade de Teresina em 5 de abril de 2004.