segunda-feira, setembro 28, 2009

Zoellick adverte sobre o fim do dólar


O presidente do Banco Mundial prevê que a moeda estadunidense deixará de ser a divisa de referência mundial. O euro se perfila como a grande alternativa

AGENCIAS - Washington – El País - 28/09/2009

Tradução de Antonio de Freitas Jr.

O dólar estadunidense, moeda de referência mundial, poderá se converter numa das vítimas da crise financeira, segundo Robert Zoellick. O presidente do Banco Mundial considera que os dias de glória dos ‘bilhetes verdes’ estão contados. Depois da ‘débâcle’, Zoellick prevê que as maiores economias emergentes do mundo terão uma maior influencia mundial, em detrimento dos Estados Unidos, o epicentro do desastre. As alternativas apontadas, pelo chefão do Banco Mundial, são o euro e a moeda chinesa.

"A atual suposição é que, depois da crise, a economia refletirá a crescente influencia da China, provavelmente da Índia, e de outras grandes economias emergentes. Supostamente, EUA, verão reduzidos seu poder econômico e influência", assegurou hoje Zoellick num discurso pronunciado na prestigiosa Universidade John Hopkins de Washington. E nesta nova ordem econômica mundial, o dólar poderá perder sua posição dominante. "Os Estados Unidos se equivocariam se acreditassem na garantia, para sua moeda, do papel de divisa predominante do mundo. Olhando pro futuro, cada vez mais haverá outras diferentes opções", porém, afirmou, "o dólar seguirá sendo uma das principais divisas".

segunda-feira, setembro 21, 2009

Dan Brown passa do Opus Dei à Maçonaria


Dan Brown passa do Opus Dei à Maçonaria

O popular autor lança cinco milhões de exemplares de 'O símbolo perdido'

DAVID ALANDETE - Washington – El País - 16/09/2009

Tradução de Antonio de Freitas Jr.

A sala principal da Casa do Templo de Washington, uma das sedes do Conselho Supremo número 33 dos franco-maçons está erigida em forma de pirâmide. Uma imponente clarabóia, adornada por imagens de águias bicéfalas, joga luz sobre um altar, ao qual rodeia uma inscrição em letras douradas: "Da luz da palavra divina, o logos, procede a sabedoria da vida e o fim da iniciação". Sobre esse altar repousam os textos sagrados da humanidade, com a Bíblia entre eles.

Dan Brown, autor de ‘O Código Da Vinci’, visitou este templo maçônico em numerosas ocasiões enquanto se documentava para sua nova novela, ‘O símbolo perdido’, publicada dia 15 de setembro nos EUA com uma tiragem inicial de cinco milhões de exemplares. Nesta sala estão as soluções para os muitos enigmas que permeiam a nova entrega das aventuras do professor Robert Langdon. Aqui, a simples vista, está a razão pela qual um eunuco tatuado e musculoso rapta ao mentor de Langdon para submeter-lhe a um violento jogo de xadrez sobre o mapa de Washington, traçando linhas que desenham figuras esotéricas e arcanos.

O novo livro de Brown possui todos os condimentos de seus predecessores: segredos históricos e simbologias artísticas. Material de rápida ascensão nas listas de vendas de ficção. ‘O Código Da Vinci’, publicado em 2003, já vendeu 80 milhões de cópias. No dia de seu lançamento, as livrarias de Washington guardavam centos de exemplares para clientes que levavam meses em lista de espera.

A trama da nova novela está calcada daquele sucesso anterior. O professor é posto à prova por um cruel fanático que se aproveita de sua clarividência para revelar um segredo que lhe dará um poder ilimitado. Em lugar do Priorato de Sião, do Opus Dei ou dos templários, nesta ocasião a trama leva a marca e está dominada quase que integralmente pelos maçons e suas artificiosas práticas ideológicas e arquitetônicas.

"Como todo escritor, Brown mesclou historia e ficção em seu livro", explica o grande arquivista e historiador do Conselho Supremo 33, Arturo de Hoyos. Há muitos elementos inventados na novela. De Hoyos mostra o edifício, copiado do antiqüíssimo Mausoléu de Halicarnasso, enquanto explica ao visitante que os maçons são, na realidade, uma fraternidade que lutou pelos valores da igualdade e o bom governo durante a guerra de independência americana, defendendo os ideais do Iluminismo.

Muitos dos pais fundadores dos EUA e o primeiro presidente foram maçons. Dan Brown teve tudo isto em conta na hora de ambientar sua nova novela. George Washington usou um rito maçom para colocar a primeira pedra do Capitólio. Um total de 13 maçons firmou a Constituição americana. E se suspeita que o arquiteto francês que desenhou a cidade, Pierre L'Enfant, era também maçom e encheu o mapa de símbolos relativos a tal irmandade.

Entre eles se movem Langdon e seu arquiinimigo, Malakh, cujo nome significa anjo na tradição bíblica hebréia. A trama é rica em simbologia. A forma, o estilo da novela, é simples, pouco elaborada às vezes simples pretexto para a trama. Dan Brown teve ilustres precursores no mister de dissecar os maçons, como Umberto Eco e seu ‘O pendulo de Foucault’. Porém, Brown está longe de Eco. Não é semiólogo nem historiador. É escritor de sucesso. Sua intenção é entreter. E com sua nova novela agradar a seus fãs.

terça-feira, setembro 15, 2009

A voz do anjo desdentado


A voz do anjo desdentado

Chega à Espanha o mítico filme de Bruce Weber sobre Chet Baker

ELSA FERNÁNDEZ-SANTOS - Madrid – El País - 15/09/2009

Tradução de Antonio de Freitas Jr.

Não era fácil seguir os passos de Chet Baker pelo mundo, ainda que o difícil, realmente, fosse não querer estar a seu lado. Trompetista desdentado com voz de anjo, ‘junkie’ errante amante dos carros caros e das belas mulheres, Chet Baker era um mito escorregadio. Perseguiam-lhe demasiadas lendas, algumas gloriosas, outras inomináveis. Em meados dos anos oitenta Bruce Weber –então já convertido num dos melhores fotógrafos de moda do mundo- foi retratar-lhe para incluí-lo numa exposição que preparava para o Whitney Museum. Aquela sessão se converteu numa viagem de mais de dois anos e num filme, ‘Let’s get lost’. Um dos documentários mais bonitos dos que se tem notícia, um genial retrato em preto e branco nascido da fascinação por um homem com o qual era demasiado fácil perder-se.

Weber apresentará amanhã na ‘La Casa Encendida’ de Madri aquele filme, que estreará pela primeira vez, 22 anos depois, nos cinemas espanhóis na sexta-feira. Ademais, uma exposição recuperará sua singular filmografia. "É inevitável, meus filmes nascem da fotografia, é uma limitação, mas também me permite uma liberdade estranha. Não me atenho às regras do cinema, em realidade não há regras, não são canções pop ou de rock & roll com principio e fim. São como o jazz, nunca se sabe aonde vai te levar", explica o fotógrafo em sua casa de Nova York.

Let’s get lost’ é em realidade o segundo filme de uma trilogia que começou com ‘Broken noses’ e que se encerrará com o documentário sobre Robert Mitchum, que mantêm inédito. "É sobre tipos duros, sobre homens como aqueles que conheci de criança na fazenda onde me criei. Levamos anos com o filme de Bob [Mitchum] mas nos ocorre o mesmo que com o de Chet. Ninguém se interessa. Demasiado dinheiro para um musical de Robert Mitchum!".

Weber recorda que o ator aceitou fazer o filme depois de ver ‘Let's get lost’ e depois de passar vários anos rondando a porta de Weber. "Era um tipo duro de verdade e um terrível pessimista, sempre de mau humor, tinha uma voz maravilhosa, porém ele se irritava quando o dizias. Recordava-me tanto àqueles homens velhos de minha família. Não havia nenhuma mulher que após lhe conhecer não quisesse saber mais sobre ele no dia seguinte. Gostava das mulheres e dos doces, e eu costumava passar por sua casa de Santa Bárbara a saudar-lhe com uma torta e acompanhado de Christy Turlington ou de outras modelos... E claro, assim foi-me tomando simpatia!"

Let’s get lost’ terminou em 1987, uns meses depois de que Chet Baker se precipitara desde uma janela de um hotel de Amsterdam. "Estávamos na sala de montagem quando nos chegou a noticia. Durante vários dias não pudemos voltar ao estúdio. Logo seguimos, sem falar, sem comentar o ocorrido, pensando na beleza que Chet nos havia presenteado. Não tínhamos idéia se o que havíamos feito era bom, mau ou regular, ninguém apostava um centavo por nós. Porém, seguimos adiante".

Para Weber a enorme capacidade de sedução de Chet Baker nascia de sua "inocência". "Não podias deixar-lhe passar, querias viver a seu lado". A estranha inocência de um homem que assegura que o dia mais feliz de sua vida foi quando comprou seu Alfa Romeo S.S e que o pior foi aquele no qual perdeu a golpes todos os dentes. "De todas suas historias, falsas ou reais, a de sua dentadura sempre foi a mais terrível e incômoda". Arrancaram-lhe uma a uma as peças de sua boca num ajuste de contas do qual nunca contou toda a verdade. Durante seis meses Baker foi incapaz de pegar o trompete e aquele incidente abriu a maior fissura em sua carreira musical. Três anos recolhido, até que Dizzie Gillispie voltou a lhe chamar para que atuasse em Nova York.

O Chet Baker de ‘Let's get lost’ já não é o jovem James Dean do jazz das fotografias de William Claxton, porém em todo o filme não há nada sórdido. "Costumam me perguntar onde está a beleza e eu nunca sei muito bem o quê responder. Eu sempre vejo a beleza a meu redor, talvez esse seja meu dom. Há anos Larry Clark, o diretor da maravilhosa ‘Kids’, me disse algo que nunca esquecerei, que ele nunca se permitia sorrir de alguém. Eu gostei dessa idéia e desde então a fiz minha. Não sei o que é a beleza, sei o que é o respeito".

terça-feira, setembro 08, 2009

40 anos sem os quatro de Liverpool


Beatles. Viagem a seus cenários de lenda

40 anos sem os quatro de Liverpool

MANUEL CUÉLLAR – El País - 06/09/2009

Tradução de Antonio de Freitas Jr.

Dia 13 de setembro de 1969 foi a última vez que os Beatles trabalharam juntos num estúdio. Quatro décadas depois de sua dissolução, e com dois deles desaparecidos, continuam sendo um fenômeno mundial. Percorremos alguns dos lugares que foram parte de sua historia para descobrir que seguem vivos.

Na parte interior do antebraço esquerdo de um músico de Liverpool está a resposta. Jason Murray tem 33 anos, o cabelo louro e a pele muito branca. Tanto que o verde de suas veias se confunde com a tinta da tatuagem. Justo na altura do cotovelo, uma clave de sol, e de ali até o pulso, as cinco linhas de um pentagrama com dois compassos. Sob as notas, a letra da canção: All you need is love, love is all you need. Nessa pele está a resposta. É o símbolo do que ocorreu desde que há quarenta anos os quatro Beatles - o grupo que praticamente inventou a música pop - decidiram não voltar a tocar juntos nunca mais. De maneira indelével, esses quatro rapazes de Liverpool ficaram gravados a fogo, para sempre, como numa tatuagem, na memória e na bagagem cultural de milhões de pessoas no mundo.

Jay Murray fala alegremente com dois amigos com uma ‘pinta’ de cerveja em sua mão. Está no ‘The Cavern Pub’, um dos botecos que formam parte dessa espécie de parque temático sobre os Beatles em que se converteu sua cidade natal. Está apoiado numa Jukebox amarela, com forma de submarino de desenhos animados, e nas paredes do local, numa sorte de ‘horror vacui’ estudado para fãs, se exibe todo tipo de souvenires dos quatro fabulosos. "Haver formado parte de uma das bandas de tributo aos Beatles [The Mersey Beatles] mais importantes me permitiu tocar diante de 10.000 pessoas", afirma o guitarrista. "Mudaram o mundo. Liverpool está muito agradecida, aqui vêm pessoas de todas as partes do planeta atraídas por eles". Nestas palavras se adivinha o exterior de seu antebraço, o outro lado: os Beatles, 40 anos depois de sua dissolução, continuam sendo um grande negocio. Tanto que em 1985 o desaparecido Michael Jackson comprou por 8 bilhões de pesetas os direitos editoriais de 267 canções dos descabelados deixando quase a metade de sua fortuna na transação. Agora, segundo um jornal tão prestigioso como ‘The Wall Street Journal’, a confusão financeira gerada pela morte do comprador suporá uma espera de pelo menos 18 meses para elucidar quem ficará com os lucros adquiridos e (tal vez hipotecados) pelo chamado rei do pop.

Quarta-feira, dia 9 de setembro, num lançamento sem precedentes, EMI, a gravadora dos ‘Beatles’, reeditará toda a discografia do grupo remasterizada nos estúdios Abbey Road, onde gravaram 90% de sua produção. Nesse mesmo dia se porá a venda um videojogo para múltiplos aparatos, denominado ‘The Beatles Rock Band’, com o qual o jogador poderá emular ao grupo desde seus princípios. A aposta é tão alta (supõe uma possibilidade de negocio enorme, uma vez que o catálogo de canções do jogo será vendido separadamente), que Paul McCartney, Ringo Starr, Yoko Ono Lennon e Olivia Harrison (viúvas, respectivamente, de John Lennon e George Harrison) se reuniram em Los Ángeles no passado mês de junho para apadrinhar o produto. Em Las Vegas, o ‘Circo do Sol’ continua imparável com as representações de ‘Love’, um espetáculo baseado em sua música, e Canal + emitirá nesta quinta-feira, dia 10 de setembro, pela primeira vez na Espanha o documentário ‘All together now’ sobre a gestação e o começo desta montagem que levou até o deserto de Nevada ao mesmíssimo George Martin, o produtor da banda, apesar de estar sofrendo de uma forte surdez. Se Lennon e Harrison pudessem regressar da morte, um concerto ou um novo disco dos quatro Beatles seria, sem dúvida, um dos acontecimentos mundiais do século XXI. Falamos de um grupo que quarenta anos depois segue encabeçando a lista de vendas de um organismo tão prestigioso como a Associação Americana da Indústria Discográfica (RIIA), com um total de 170 milhões de discos despachados tão-somente nos Estados Unidos. Outras fontes como ‘The New York Times’ ou a revista Forbes garantem a cifra de mais de um bilhão de discos em todo o mundo desde seu começo em 1962.

Nos estúdios Abbey Road em Londres há que se andar com cuidado. O clima dos baseados daqueles adolescentes que confessaram haver experimentado o LSD, a ‘marihuana’, o haxixe e a todo o experimentável, se converteu no típico clima de discográfica paranóica. "Quem roubou uma capa de disco?", pergunta Paul Bromby, diretor de marketing da EMI. Todos os jornalistas presentes ficam sob suspeita. "Essa capa poderia valer muito em Ebay", arremata. O acusador leva mais de uma dezena delas na mão. Claro que sem o correspondente CD dentro. Assim, os Beatles seguem sendo um negócio e os primeiros que sabem são os responsáveis de que seus 13 discos soem desde a próxima quarta-feira como se tivessem sido gravados por qualquer grupo de ‘brit pop’ do momento. Contundentes, com presença, de certo modo agressivos e, sobretudo, envolventes. E o maior dos sobretudos: na internet estarão remasterizadinhos desde esse mesmo dia. O certo é que quando se escuta o resultado nesses estúdios, diante de uma mesa de som de 78 canais, é assombroso. Um cuidadoso trabalho de quatro anos, de ourives.

O estúdio 2, o predileto dos Beatles, deve ser visto furtivamente. Nada de fotos, nem amabilidade. Em Abbey Road há que se andar com cuidado. A eles, que gravaram com Alanis Morisette, Diana Krall, Elbow, Hard Fi ou Panic! At The Disco, por apresentar alguns exemplos, nada lhes importa. Parece que não aprenderam nada daqueles quatro: não se dão conta de que o melhor de tudo está fora dessas paredes.

Nos muros do número 3 de Abbey Road há poemas escritos, declarações de amor, de fidelidade eterna a esse quarteto irrepetível. E na esquina, uma faixa de pedestres que é mais que seis listas brancas sobre o asfalto. É um santuário e também uma diversão. Alan Haynes é um operário da construção civil que trabalha a 20 metros dessa faixa de pedestres. "A hora da merenda é para os Beatles. Nos sentamos aqui, de frente para o cruzamento, e vemos todo esse circo que se monta. Gente de todo o mundo segue vindo aqui para parar o tráfego. É algo alucinante".

Nada comparado com Liverpool. "Não chegamos a odiá-los ainda, mas é claro que em casa não ponho a nenhum de seus discos". Assim diz Moira, uma das recepcionistas do hotel ‘A Hard Days Night’, um estabelecimento completamente baseado nos Beatles e no qual não se escuta outra coisa que não seja suas canções. Quarenta anos depois da dissolução da banda, Liverpool é uma cidade absolutamente ‘beatle’. Seu aeroporto se chama John Lennon, no mesmo quarteirão onde está o hotel se encontra a nova caverna, um local fabricado a imagem e semelhança e a escassos 10 metros daquele onde Brian Epstein decidiu que seria o ‘manager’ da banda. Ali, pelo menos 40 pessoas têm um trabalho relacionado com os Beatles. Rotas turísticas de todo tipo, incluída uma numa espécie de barco amarelo que navega pelo rio Mersey. Lojas, estátuas, fotos, museus e música, muita música. Jason Murray agita sua franjinha cortada ao estilo dos ‘fab four’. Sobe ao palco com sua guitarra acústica e canta ‘Yesterday’. Depois, comprovada mais uma vez a eficácia de uma canção eterna, desce do palco e diz: "Está vendo? Deles parte tudo. Toda a música de agora tem algo dos Beatles. Falamos de uns garotos que foram algo assim como Bach ou Mozart".

segunda-feira, setembro 07, 2009

Brasil compra 36 caças Rafale da França


Brasil compra 36 caças Rafale da França

O presidente francês Nicolás Sarkozy este em Brasília, em visita oficial. Os acordos de defesa que firmaram ambos os países totalizam oito bilhões de euros

AGENCIAS - Brasília – El País - 07/09/2009

Tradução de Antonio de Freitas Jr.

O presidente francês Nicolas Sarkozy e seu homólogo brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva assistiram juntos hoje a um desfile em Brasília em comemoração ao Dia da Independência do Brasil, pouco antes da assinatura de uma série de acordos na área de defesa no valor total de uns 12 bilhões de dólares (uns 8 bilhões de euros).

Também, hoje, ambos os mandatários anunciaram oficialmente a compra de 36 caças franceses Rafale para a Força Aérea Brasileira. O preço da compra não foi divulgado, mas se estima que poderia rondar os 3,8 bilhões de reais brasileiros, uns 1,436 bilhões de euros.

Ademais, na manhã de hoje, através de um comunicado, Sarkozy informou a Lula a "intenção da França de adquirir uma dezena de unidades da futura aeronave de transporte militar KC-390 e manifestou a disposição dos industriais franceses em contribuir para o desenvolvimento do programa dessa aeronave". O KC-390, da empresa brasileira Embraer, é um avião militar mediano de transporte com dois motores a reação que ainda se encontra em fase de desenvolvimento. Em virtude do acordo fechado hoje, a França se compromete a colaborar no desenvolvimento do KC-390 com transferências de tecnologia e aportando capacidade de produção.

Estes acordos formam parte de uma série de pactos nas áreas de defesa, cooperação policial, imigração, transporte, agricultura e tecnologia. Sarkozy chegou ontem à capital brasileira acompanhado por uma nutrida delegação integrada por oito ministros, entre eles o de Assuntos Exteriores, Bernard Kouchner. Lula, num gesto pouco usual, esperou o presidente galo no aeroporto da capital, de onde ambos se dirigiram ao Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência brasileira, onde foi oferecido um jantar em homenagem ao visitante.

A delegação encabeçada por Sarkozy, também, formalizará os pactos previamente alcançados para a construção conjunta de um submarino de propulsão nuclear e outros quatro convencionais do modelo francês Scorpene, assim como a edificação do estaleiro onde serão fabricados os submarinos e uma base naval de apoio. Ademais, os convênios também incluem a compra de 50 helicópteros de transporte franceses EC-725 para as Forças Armadas brasileiras, que serão entregues entre 2010 e 2016 por um consórcio formado pela brasileira Helibras e pela europeia Eurocopter, sucursal do grupo EADS.

Ambos os projetos, que incluem a construção dos estaleiros nos quais serão fabricados os submarinos e das fábricas em que serão elaborados os helicópteros, representarão para o Brasil um desembolso de 12,317 bilhões de dólares até 2021, dos quais uns 9 bilhões serão destinados à compra do armamento.

domingo, setembro 06, 2009

Passeata gigante em favor do direito de protesto em Caracas

Passeata gigante em favor do direito de protesto em Caracas

El País - 07/09/2009

Tradução de Antonio de Freitas Jr.

Milhares de opositores ao presidente venezuelano Hugo Chavez, fizeram uma passeata neste fim de semana em Caracas para expressar seu repúdio à revolução bolivariana que o mandatário esta conduzindo na Venezuela e tentando exportar para o resto da América Latina. A passeata da oposição "pela liberdade e pela democracia" culminou no centro, às portas da sede do Ministério Público, para entregar um documento contra a política de persecução à dissidência, à criminalização do protesto social e contra os ataques à imprensa por parte do governo. Há uma semana, a promotora de justiça Luisa Ortega afirmou que algumas pessoas buscavam "qualquer motivo para protestar e criar o caos", e que essas "condutas" se enquadravam no delito de "rebelião civil", com penas de 12 a 24 anos de prisão.