segunda-feira, junho 28, 2010

Raios sobre o templo


Rayos sobre o templo

AP/ Petros Giannakouris El País - 28-06-2010

Um raio ilumina o Partenón de Atenas, na Acrópolis de Atenas, Grécia, durante uma forte tormenta na madrugada de segunda-feira dia 28 de junho.

quarta-feira, junho 23, 2010

As profecias de Mapplethorpe


As profecias de Mapplethorpe

RAFA CERVERA – El País - Babelia – 19/06/2010

Tradução de Antonio de Freitas Jr.

Patti Smith, antiga e eterna companheira do fotógrafo, escreve as memórias de ambos desde que se conheceram em Nova York nos anos sessenta e que o artista lhe encarregou pouco antes de morrer. O livro, que acaba de ser publicado na Espanha, é um relato comovedor do afã de uns seres dispostos a pôr suas almas a serviço da arte, inspirados por Rimbaud, Dylan, Genet e outros nomes idolatrados.

‘Nada está terminado até que tu o vejas’, lhe dizia Robert Mapplethorpe a Patti Smith quando, esperando sua opinião, ele lhe mostrava aquelas que então eram as suas primeiras fotos. Ambos eram essas crianças a que alude o título, dois talentos tentando florescer na Nova York de finais dos anos sessenta, lutando quase com desesperação por plasmar sua arte e obter um reconhecimento que ninguém se atreveria a negar-lhes hoje. Essa Nova York boêmia, com o hotel Chelsea, o Max's Kansas City, St. Mark's Place e a galáxia Warhol como pontos cardinais, é o cenário pelo qual transcorre este deslumbrante texto biográfico. Através de suas páginas, Smith rende homenagem ao que foi seu amante, cúmplice e, acima de tudo, alma gêmea. ‘Éramos unos niños’ (‘Éramos umas crianças’, em português) conta esse trajeto vital, tomando a estreita relação entre Mapplethorpe e a narradora coprotagonista como nó. Mortos de fome e também cheios de ambição, se apoiaram mutuamente para encontrar seus próprios caminhos artísticos. Assim, descobrimos como Mapplethorpe falava insistentemente a Smith de seu potencial como cantora de ‘rock & roll’; de sua parte, foi ela que o convenceu a abandonar as ‘collages’ e começar a tomar suas próprias fotografias. Os desencontros -motivados em muitos casos pela progressiva imersão do fotógrafo no submundo gay que alimentou o lado mais chocante de seu trabalho- estremeceram em ocasiões a relação. A prosa de Smith é firme, não se deixa levar por rancores nem sentimentalismos, e cumpre de maneira formidável o objetivo buscado: falar do lado humano de um artista que foi polêmico e que em mais de uma ocasião se viu estrangulado pela natureza de sua própria obra. "Robert elevou aspectos da experiência masculina", explica Smith, "imbuindo à homossexualidade de misticismo. Como disse Cocteau de Genet, sua obscenidade nunca é obscena".

A necessidade de escrever sobre seu antigo, ainda que em realidade eterno, companheiro chegou quase no mesmo instante em que tocou o telefone da casa da família Smith e Edward Mapplethorpe comunicou o falecimento de seu irmão, em uma fria manhã de março de 1989. Com uma voz tão poderosa como a que brota de seus poemas e canções, Smith nos mostra esse itinerário compartido, recheado de piadas e salpicado por personagens tão únicos como o momento histórico - que vai de 1967 a 1978 - no qual se desenvolve o núcleo do texto. As noites no quarto detrás do Max's Kansas City, onde o apolíneo Mapplethorpe é desejado pela corte de Warhol, ao mesmo tempo em que a andrógina Smith é completamente ignorada, até que decide cortar o cabelo à Keith Richards e consegue captar a caprichosa atenção dos ilustres paroquianos. Os encontros com Corso, que citando a Mallarmé assegura que os poetas não terminam os poemas, os abandonam; e com Ginsberg, que tentou ficar com ela ao confundi-la com um rapaz enquanto ela se morria de fome diante de um sanduíche que não podia pagar. Um encontro com uma desolada Janis Joplin à que Smith lisonjeia chamando-a "pérola" (‘pearl’, em inglês), palavra que se converterá no título do álbum póstumo da texana. Porém, acima destas e de outras piadas, ‘Éramos unos niños’ é também o sólido e emotivo relato da relação simbiótica entre dois personagens que não pareciam estar completos sem o outro. E nos mostra o comovedor afã de uns seres dispostos a pôr suas almas a serviço da arte, aferrados a seus respectivos sonhos, inspirados por Rimbaud, Dylan, Genet e outros nomes idolatrados.

Smith conta como se alternavam para entrar nas exposições de museus que lhes interessavam, porque o dinheiro não dava para duas entradas. Em uma ocasião, quando ela, maravilhada, se dispunha a narrar-lhe as obras que havia visto, ele cortou-a dizendo: "Algum dia entraremos juntos para ver as exposições e, ademais, a obra exposta será nossa". Nenhum dos dois imaginava então que suas vidas se converteriam em existências lendárias, uma historia digna não somente de ser contada, mas também de ser admirada. Uma apaixonada e apaixonante odisséia vivida em uma época na qual comprometer-se com a própria necessidade era quase um ato heróico. Consciente, talvez, de que aqueles dias que intercambiaram suas energias formam também parte de sua obra, pouco antes de falecer Mapplethorpe pediu a Smith que escrevesse a historia de ambos. Agora, aquela velha frase, ‘nada está terminado até que tu o vejas’, se revela como algo profético. Porque a historia foi contada através do olhar e do verbo da única pessoa capaz de elevá-la ao nível que merece.

terça-feira, junho 22, 2010

Santiago Calatrava apresenta o ‘Museu do Amanhã’ no Rio de Janeiro


Santiago Calatrava apresenta o ‘Museu do Amanhã’ no Rio de Janeiro
O arquiteto espanhol explica que será uma instituição dedicada à sustentabilidade e a ecologia construída na zona portuária da cidade

EFE - Río de Janeiro – El País - 22/06/2010

Tradução de Antonio de Freitas Jr.

O arquiteto espanhol Santiago Calatrava apresentou no Rio de Janeiro a maquete de seu próximo projeto, o ‘Museu do Amanhã’, uma instituição dedicada à sustentabilidade e à ecologia que será construída na zona portuária da cidade. "Este é o projeto de museu mais importante que já fiz em toda minha carreira", assinalou o arquiteto, que mais uma vez inspirou-se no mundo vegetal para desenhar as linhas do edifício, desta vez nas formas da mata atlântica característica da região.

Em uma original apresentação do projeto, Calatrava fez ao vivo um croqui do que será o Museu do Amanhã, que apresentará exposições sobre ciência, tecnologia e conhecimento em geral com o objetivo de conscientizar sobre o futuro e a necessidade de adotar atitudes mais ecológicas. "A intenção é fazer um museu com um impacto econômico ínfimo: com materiais reutilizáveis e que seja energeticamente suficiente", afirmou Calatrava, que espera que o edifício sirva de exemplo para uma filosofia de vida mais sustentável.

Estrutura do edifício

Na maquete apresentada, o estilo do espanhol se percebe de imediato no exterior do museu, que constará de duas plantas e tem "uma estrutura simples, fácil de reconhecer, mas acima de tudo acessível”. O nível inferior estará rodeado por dois espelhos d’água que chegam até o mar, para refletir a importância deste bem, e ficará delimitado por duas zonas verdes que permitirão o acesso desde qualquer parte da alargada estrutura.

O teto do piso superior, ao qual se poderá aceder por duas rampas, estará composto por múltiplas placas solares que mudarão de posição durante o dia e oferecerão uma silhueta mutante ao visitante. "Deve ser um edifício vital porque é um museu sobre a vida", assegurou o espanhol, que afirmou que a obra oferecerá "uma pedagogia simples" às gerações futuras, para que sejam conscientes da importância de conservar o meio ambiente.

As autoridades da cidade explicaram que o museu também servirá para revitalizar o porto do Rio de Janeiro, zona que na atualidade alberga uma feira e que no futuro deverá alojar parte das instalações logísticas dos Jogos Olímpicos de 2016. O ‘Museu do Amanhã’ ocupará uma superfície de 12.500 metros quadrados no porto da cidade, terá um investimento de 130 milhões de reais (uns 73 milhões de dólares) e será inaugurado a finais de 2012, coincidindo com a Conferência sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20) que a ONU organizará no Rio de Janeiro
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Vídeo sobre o Museu do Amanhã

Solstício de Inverno

Pessoas ao redor do monumento megalítico de Stonehenge, ao sul da Inglaterra, durante o festival do Solstício de Verão, no hemisfério norte.

Solstício [Do lat. solstitiu.] Substantivo masculino.

1.Astr. Época em que o Sol passa pela sua maior declinação boreal ou austral, e durante a qual cessa de afastar-se do equador. [Os solstícios situam-se, respectivamente, nos dias 22 ou 23 de junho para a maior declinação boreal, e nos dias 22 ou 23 de dezembro para a maior declinação austral do Sol. No hemisfério sul, a primeira data se denomina solstício de inverno e a segunda, solstício de verão; e, como as estações são opostas nos dois hemisférios, essas denominações invertem-se no hemisfério norte.]

sexta-feira, junho 18, 2010

Falece José Saramago


Falece aos 87 anos José Saramago

O escritor foi o primeiro Prêmio Nobel (1998) em língua portuguesa

JUAN CRUZ / JAVIER RODRÍGUEZ MARCOS – El País
Madrid - 18/06/2010

Tradução de Antonio de Freitas Jr.

O escritor português e Prêmio Nobel José Saramago morreu ao redor das nove horas da manhã de hoje, hora de Brasília, aos 87 anos em sua residência na localidade de Tías (Lanzarote/Ilhas Canárias/Espanha). O autor de ‘A Jangada de Pedra’ foi poeta antes de ser romancista de sucesso e antes de ser poeta, foi pobre. Unido o jornalismo a estes outros três fatores (pobreza, poesia e romance) se entenderá a fusão entre preocupação social e exigência estética que marcou a obra do único Prêmio Nobel da língua portuguesa até hoje. Em 1998, o maior prêmio literário do planeta reconheceu um filho de camponeses sem terra, nascido em 1922 em Azinhaga, Ribatejo, a 100 quilômetros de Lisboa. Tinha três anos quando sua família emigrou para a capital, onde as penúrias rurais apenas se transformaram em penúrias urbanas. Assim, o futuro escritor formou-se na biblioteca pública de seu bairro enquanto trabalhava numa oficina, após abandonar a escola para ajudar a manter uma casa na qual já faltava seu irmão Francisco, dois anos mais velho que ele e morto logo depois da mudança.

‘As pequenas memórias’ (editadas em Espanha por Alfaguara, como todo o resto de sua obra desde que abandonou Seix Barral) é o título que Saramago pôs no relato de uma infância que sempre teve um pé na aldeia de onde havia emigrado. Seu romance ‘Levantado do Chão’ (1980) conta as peripécias de varias gerações de camponeses do Alentejo. Não foi seu primeiro romance, mas aquele que representou sua primeira consagração depois que ‘Manual de Pintura e Caligrafia’ rompera em 1977 um silêncio de quase 30 anos. Eram os anos que havia passado desde a aparição de ‘Terra do Pecado’, sua verdadeira, ainda que de pouco sucesso, estréia como romancista. Nessas três décadas Saramago trabalhou como administrador, empregado de seguradora e de uma editora; havia se casado e divorciado de sua primeira esposa, publicado três livros de poemas, ingressado no Partido Comunista -clandestino durante a ditadura de Salazar- e, acima de tudo, se consagrado como jornalista.

‘Levantando do Chão’ foi seguido por ‘Memorial do Convento’, em 1982, e dois anos mais tarde ‘O Ano da Morte de Ricardo Reis’. Centrada na figura do heterônimo de Fernando Pessoa, o grande poeta do Portugal moderno, o romance é um intenso retrato de Lisboa da mão de um poeta imaginário que, da mesma maneira que passou nove meses no ventre materno, há de passar um tempo equivalente desde a morte do homem que o criou antes de desaparecer definitivamente. A fama internacional chegou a Saramago precisamente com este romance escrito com uma rara intensidade poética no qual demonstra haver assimilado todas as lições da narrativa moderna. Numa conferencia pronunciada por esses anos 80 recordava o conselho que ele mesmo costumava dar aos leitores que diziam não entender bem seus livros por causa das misturas de vozes e a ausência de marcas convencionais nos diálogos: "Leia-os em voz alta". Funcionava.

Nesse tempo, a atividade de Saramago foi frenética. Uma produtividade que lhe acompanhou até sua morte, escrevendo incansavelmente romances, diários, obras de teatro e até um blog. Após a fábula ibérica ‘A Jangada de Pedra’ (1986), na qual Espanha e Portugal se desprendem literalmente do continente europeu e se lançam a flutuar sobre o Atlântico, chegaram ‘Historia do Cerco de Lisboa’ (1989) e ‘O Evangelho Segundo Jesus Cristo’ (1991). Sua visão heterodoxa do messias cristão levantou uma política que culminou quando o governo de seu país negou-se a apresentar o livro ao Prêmio Literário Europeu. Ferido com aquele gesto, Saramago se instalou em Lanzarote, Espanha, com Pilar del Río, sua segunda esposa e nova tradutora. A mesma polêmica de cores religiosas reproduziu-se em 2009 à luz da publicação de um romance considerado ofensivo pela hierarquia católica lusa, ‘Caim’. Meses antes, o escritor viu-se metido noutro rififi. Desta vez na Itália: sua editora de sempre, propriedade de Silvio Berlusconi, negou-se a publicar ‘O Caderno’, um livro baseado no blog do escritor, que sequer continha críticas ao primeiro-ministro italiano.

A publicação em 1995 de ‘Ensaio Sobre a Cegueira’, o relato de uma epidemia que converte em cegos os habitantes de uma cidade -Fernando Meirelles o levou ao cinema em 2008 com Julianne Moore como protagonista - abriu uma nova etapa na obra de José Saramago. Romances como ‘A Caverna’, ‘O Homem Duplicado’, ‘Ensaio Sobre a Lucidez’ e ‘As Intermitências da Morte’ levam ao terreno narrativo reflexões sobre o consumo, a sociedade de massas, o
sistema democrático e a idéia da morte. Muitas delas parecem nascidas de uma pergunta: "Que aconteceria se?" Se a gente votasse massivamente em branco em umas eleições, se alguém decidisse viver à margem da economia capitalista, se se encontrassem dois homens totalmente idênticos. Outra dessas perguntas era o que aconteceria se a gente deixasse de morrer. José Saramago sabia que havia coisas que somente ocorriam na imaginação crítica de um escritor de romances.

quinta-feira, junho 17, 2010

Google digitalizará livros da Biblioteca Nacional da Áustria


Google digitalizará os livros da Biblioteca Nacional da Áustria

Copiarão 400.000 volumes históricos da instituição vienense - O portal prossegue assim com seu controvertido plano de copias

ANTONIO FRAGUAS – El País - Madrid - 16/06/2010

Tradução de Antonio de Freitas Jr.

A Biblioteca Nacional da Áustria (BNA), uma das cinco maiores coleções do mundo de livros e documentos dos séculos XVI a XIX, firmou um acordo de 30 milhões de euros com o buscador informático Google para digitalizar os 400.000 volumes desse período (120 milhões de páginas), informa a BNA num comunicado.

Esta instituição, localizada no palácio de Hofburg, em Viena, segue os passos de bibliotecas de renome como as das universidades de Roma, Florença, Harvard, Stanford e Oxford (também a Complutense de Madrid e do Institut d'Estudis Catalans) e permite assim o Google ampliar seu catálogo de 12 milhões de livros digitalizados, um projeto que desatou críticas de editores, governos e especialistas em direitos autorais que
acusam o buscador de monopólio.

"Na Europa há poucos projetos semelhantes a este. É um passo importante", declarou numa coletiva de imprensa a diretora da BNA, Johanna Rachinger.

O acordo, o maior da Áustria dentre aqueles que reúnem iniciativa pública e privada, estabelece que o Google assumirá o custo da digitalização (de 50 a 100 euros por livro). A BNA custeará os gastos de preparação dos volumes para sua digitalização, ademais de armazenar os dados e fazê-los acessíveis ao público,
informa o jornal Die Presse.

Os volumes escaneados, todos livres de direitos, estarão disponíveis aos internautas tanto na página do Google Livros, como na da biblioteca digital Europeana (
www.europeana.eu) e na da própria BNA (www.onb.ac.at).

"Dado que os originais não podem ser consultados em nenhum caso, o processo de digitalização contribuirá também para a preservação desta valiosa coleção de livros", assinala a nota.

Um plano controvertido

Em 2005, Google Books começou a escanear livros e a oferecer fragmentos destes na Internet, alguns deles protegidos por direitos autorais. Em outubro de 2008, após duas ações judiciais, o buscador se viu obrigado a assinar um acordo milionário para indenizar autores e editores nos EUA.

O conteúdo do referido acordo ainda não foi ratificado pelos tribunais; de fato, o juiz que leva o caso obrigou às partes a introduzir no pacto mudanças substanciais após as queixas do Departamento de Justiça dos EUA, do governo alemão, dos especialistas em propriedade intelectual e das organizações de consumidores, que acusavam o Google de monopólio.

quarta-feira, junho 16, 2010

Cala boca, Galvão?

Cala boca, Galvão?

Uma mensagem no Twitter com uma brincadeira dos usuários brasileiros está há dias nos 'Trending Topics'

MARINA GONÇALVES - Madrid - 15/06/2010

Tradução de Antonio de Freitas Jr.

"Cala boca, Galvão" está nos Trending Topics (os temas mais populares) mundiais do Twitter há pelo menos três dias. Uns dizem que é o novo videoclipe de Lady Gaga; outros que é uma campanha para salvar uma espécie rara de pássaros no Brasil. A verdade é que "Cala boca, Galvão" é uma grande brincadeira dos usuários brasileiros do Twitter - o país é o segundo do mundo em número de usuários, atrás dos estadunidenses. Galvão Bueno é um dos comentaristas esportivos mais conhecidos no país do futebol. E "cala boca" significa “cállate la boca”, em espanhol.

O comentarista esportivo brasileiro Galvão Bueno, que gerou o pedido no Twitter foi o grande tema da imprensa brasileira antes da estréia da seleção canarinho, ontem, às 15:30. Na noite de segunda-feira, dia 14 de junho, a TV Globo respondeu de maneira divertida à solicitação da torcida - que pedem na rede social que Galvão deixe de falar tanto durante as partidas - e criou um videogame com as frases mais populares do locutor, que está na África do Sul. O jogo se chama ‘Fala, Galvão!

A brincadeira começou na cerimônia de abertura do Mundial, na sexta-feira passada, dia 11 de junho, quando Galvão Bueno, jornalista da TV Globo, não parava de falar durante a transmissão. Os brasileiros começaram a tuitar a expressão. E depois de algumas horas a frase já estava no pico dos ‘Trendings Topics’. Os usuários que não sabiam português, os estadunidenses principalmente, começaram a se perguntar o que significava a expressão e os brasileiros criaram várias versões, todas elas falsas.

Uma das historias inventadas é a versão de que "Cala boca, Galvão" é o novo clipe da cantora Lady Gaga. Começou outra avalanche de tweets e noticias que queriam saber onde estaria a versão oficial do vídeo. Pois um brasileiro criou uma. Em um dia obteve mais de 50.000 reproduções. A versão mais difundida, contudo, é que "Cala a boca, Galvão" faz referência a uma campanha do Galvão Institute, instituto criado para salvar os pássaros Galvão, quase extintos no Brasil. Segundo um vídeo em inglês colocado no Youtube, as aves são assassinadas na época do carnaval e suas penas são utilizadas nas fantasias. Por cada tweet, o instituto ganharia 10 centavos de real (aproximadamente 4 cêntimos de euro). Até agora mais de 180.000 pessoas viram o vídeo.