PAUL PRESTON
"Sou um 'mala follá' liverpoolense"
P. A primeira frase de seu último livro é: "Custa julgar a Franco". Começamos bem.
R. O problema é que na Inglaterra, onde exerço minha profissão, Franco ainda goza de boa imprensa. E a um Pinochet, responsável de uma fração mínima do número de mortos de Franco, se lhe considera um monstro. Isto se considera um mistério que o livro tenta resolver.
P. E que graça você vê nisto?
R. Franco não me faz graça. O faço porque sou grande amante da Espanha. Vim a fins dos sessenta e tive um flechaço que se converteu numa espécie de matrimonio estável. E me indigna o que sofreram tantos espanhóis por culpa do ditador.
P. Diz que lhe recorda ao Mago de Oz. E Hitler ao Pequeno Polegar?
R. Não. A Franco lhe vejo como uma pessoa de uma tremenda insegurança, que se ocultava escondendo-se detrás dumas máscaras. Essa é a historia do Mago de Oz: todos lhe tinham medo e, ao final, resulta ser um pequenininho inseguro dentro de um disfarce.
P. O que você acredita que lhe assombraria mais da Espanha de hoje: que os políticos no sigam debaixo de um ‘palio’, que se casem os gays ou que Fraga (ex-Governador da Galicia que foi o ministro mais jovem de Franco) seja democrata?
R. Eu creio que com a imagem de Carme Chacón (atual Ministra de Defesa espanhola) pondo firmes aos militares sim que lhe haveria dado ataque de nervos.
P. O que você vê nos espanhóis? Por que os espanhóis lhes interessa tanto?
R. Não sei. É uma pergunta que sempre me fiz. Eu vim aqui e encantei-me de tudo: o sentido de humor, o calor da gente, a generosidade. Apaixonei-me pelos espanhóis. Há filhos da puta, como em qualquer lugar. Porém, no geral, a maneira de ser dos espanhóis me enlouquece.
P. Por que aos hispanistas gostam tanto das ‘tapas’ e das tabernas?
R. No há nada comparável na Inglaterra. Aqui pedes uma cerveja, e te põem uma cerveja. Na Inglaterra talvez tenhas que ficar numa fila por quinze minutos.
P. Pesquisar sobre Espanha lhe induz a ‘tomar todas’?
P. Você gosta de Zapatero?
P. Acredita que Esperanza Aguirre se parece com a senhora Thatcher?
R. É difícil dizer, porque tampouco a conheço. A Mrs. Thatcher era uma força da natureza.
P. Pois a Aguirre dá-lhe um tempo.
R. Não creio, porque, se tivesse todas as qualidades, más e boas, de Mrs. Thatcher, já havia se apoderado de seu partido.
P. Talvez esteja neste momento.
R. Não acredito.
P. Quantos telejornais faltam a Rajoy?
R. Nem idéia. Sou um ‘guiri’. Vivo longe.
P. O Liverpool empatou terça-feira com o Chelsea na Champions. Aborreceu-lhe este resultado?
P. Ao Príncipe Charles já lhe passou sua hora?
R. A rainha acaba de cumprir 82 anos e está como uma flor. Se não há um traspasso logo, vai ser muito difícil. E ainda que me caia muito bem, o Príncipe Charles é um personagem não muito popular. Por outro lado, seus dois filhos são super populares. Talvez se salte uma geração. Não sei.
P. E em que ponto está a ‘paella’ de Felipe de Bourbon?
R. Depende das circunstâncias nas quais se faça o traspasso de poderes. Eu tenho muito bom conceito sobre o Príncipe. Falei longamente com ele um par de vezes, e me parece muito inteligente, muito bem preparado. Porém tem a desvantagem de carecer da justificação da Monarquia que leva seu pai.
P. Tem você a língua tão ferina como dizem?
R. Rapaz, é que se fala aqui muito do ‘mala follá granaíno’, porém não é nada em comparação com o ‘mala follá liverpoolense’. Eu sou. E nós somos uns escorpiões.
P. No que você acredita?
R. No trabalho, em meus filhos. E tenho valores políticos, ainda que não milite. Durante a transição aqui, a finais do franquismo... É a única vez em minha vida que militei algo em política. Mas eu sou dos que acreditam que contra Franco vivíamos melhor.
P. Você gosta de todo tipo de música, salvo o rap. Sería capaz de bailar o chiki chiki?
R. Eu nunca fui bom dançarino, ainda que nos anos sessenta ganhei um prêmio de rock and roll. E o chiki chiki... Eu creio que o chiki chiki é outra atividade. Para o chiki chiki não faz falta ter parceira disposta? Porque se não, não me interessa. Porém tenha em conta que meu vocabulário é muito limitado. Insisto: sou um pobre ‘guiri’.
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Paul Preston
De Wikipedia, la enciclopedia libre
Paul Preston (Liverpool, Reino Unido, 1946), historiador autor de diversas obras sobre la Historia Contemporánea de España, es Doctor en Historia por la Universidad de Oxford y catedrático de Historia Contemporánea española y director del Centro Cañada Blanch para el Estudio de la España Contemporánea. También fue profesor de Historia en la Universidad de Reading, en el Centro de Estudios Mediterráneos, en el Queen Mary College y en la London School.
Junto a Ian Gibson y Hugh Thomas, constituye el núcleo de los hispanistas británicos que han dedicado su esfuerzo al estudio de la historia reciente española, especialmente a la de la Segunda República y la Guerra civil españolas.
Posee la Encomienda de la Orden del Mérito Civil y es miembro de la Academia Británica.
Biografía
Nacido en la ciudad de Liverpool, Inglaterra. Impartió clases en la Universidad de Reading entre 1973 y 1991.
Más tarde ejerce como profesor de Historia Contemporánea en el Queen Mary College de la Universidad de Londres, y después pasa al London School of Economics & Political Science (del inglés, literalmente Instituto de Economía y Ciencias Políticas de Londres) como Catedrático y Director del Centro Cañada Blanch para el estudio de la historia contemporánea de España de la misma universidad. Escribe artículos en diversas publicaciones y colabora también con la BBC como comentarista de la actualidad española. Se le acusa de no ser neutral ni objetivo en sus escritos y de dar importancia excesiva a testimonios de terceros (...dijo que se había dicho, en una conversación con él..., cuando el caudillo vivía me dijo...,etc.) y de idealizar a los voluntarios extranjeros, especialmente anglosajones o escritores y periodistas como él (por ejemplo, Ernest Hemingway).
Sus obras se centran en la Historia reciente de España, desde la Segunda República Española (1931-1936), muy especialmente la Guerra Civil Española (1936-1939) hasta la Transición Española (1976 - 1982).
En el plano personal, es aficionado del Everton
Obras principales
• Franco: Caudillo de España (1994)
• Palomas de guerra y España y las grandes potencias en el siglo XX
• Franco y La política de la venganza: el fascismo y el militarismo en la España del siglo XX
• La política de la venganza: el fascismo y el militarismo en la España del siglo XX (1997)
• La Guerra Civil (2000)
• Palomas de guerra. Cinco mujeres marcadas por el conflicto bélico (2001)
• La destrucción de la democracia en España (2001)
• Las tres Españas del 36 (2001)
• Juan Carlos: el Rey de un pueblo (2003)
• El triunfo de la democracia en España
• Las tres Españas del 36
• Idealistas bajo las balas (2007)
• El gran manipulador. La mentira cotidiana de Franco (2008)
Véase también
• Ian Gibson Hispanista y ensayista.
• Hugh Thomas
Enlaces externos
• Entrevista al historiador Paul Preston: "Juan Carlos se ha convertido en el rey de los republicanos" de Pascual Vera, Universidad de Murcia (2003)
• La Transición Española de Paul Preston, monografía especial de 16 capítulos del volumen 13 de la colección Historia de España de Historia 16.
• Entrevista con Paul Preston en sobre su libro Idealistas bajo las balas. La Ventana, Cadena Ser.